Papo Sério - Amadei

Em diversas ocasiões, já escrevi ou conversei com as pessoas sobre a morte.

A partir do momento em que qualquer ser vivo nasça, a morte é o único evento que temos certeza absoluta de que vai acontecer – não dá para fugir, “dar um jeitinho”, nada. Vai acontecer.

Compreender isso deveria ser o grande antídoto contra as ilusões; por isso, sempre coloco desta forma: falar da morte é falar da vida.

Como a morte é inevitável, e para a maioria das pessoas, no Ocidente, o que acontece após o final do corpo físico é ainda um mistério, essa passagem para outro plano de existência assusta (ou apavora) muito. Só que o que vai acontecer em outro plano de existência está diretamente relacionado à maneira como conduzimos nossa vida, e esta é outra Lei Universal inegociável e incorruptível: semeadura facultativa, colheita obrigatória; cada um escolhe como quer ser lembrado.

Hoje, dia 14/01/2024, estive no velório e no funeral de um amigo muito querido, o Amadei.

Amigo muito querido mesmo; pessoa amorosa e extremamente cativante, reuniu muita gente para dar-lhe o adeus momentâneo. E por isso, resolvi escrever este artigo.

Vi muita gente chorando – não só os familiares mais diretos – e isso chamou minha atenção. Fiquei muito feliz pelo Amadei.

Amor e saudades são sentimentos que caminham de mãos dadas; tanta gente chorando, dando demonstrações de que o sentimento era profundo, fez-me concluir que o Amadei teve uma existência carnal maravilhosa. Feliz é aquele que, nesse momento, deixa tanto carinho nas pessoas, pois só sentimos saudades de quem amamos, e distribuir amor entre as pessoas deveria ser o primeiro e principal objetivo de qualquer ser humano – e é, quando esse ser humano já entendeu por que está encarnado, na caminhada terrena. O despertar da consciência crística, no interior de cada um, faz com que os véus da ilusão sejam afastados, e que o que realmente interessa, nessa caminhada, que é tornarmo-nos pessoas moral e espiritualmente melhores, seja a tônica da caminhada.

Desde o momento em que nascemos, iniciamos uma corrida alucinada em direção à morte, e a esmagadora maioria das pessoas não consegue perceber isso e nem dar o devido valor ao tempo, esse nosso recurso tão finito, desperdiçando-o em atitudes erradas, maledicência, egoísmo, intrigas, mesquinharias... e, pronto: quando se percebe, o tempo já passou e não há como voltar atrás.

O Amadei compreendeu sua missão, e semeou amor e carinho em sua caminhada; em nenhuma ocasião estive com ele sem ser recebido por um sorriso, e esse foi o comentário comum: todos que lá estavam disseram que nunca tinham estado com ele sem receber seu sorriso amigo e sua risada gostosa.

Amigo, segue na Luz! Em breve, se a Misericórdia Divina assim o permitir, nós nos encontraremos para matar a saudade.

Até lá, fica um enorme beijo meu para você.

Luis Carlos Magaldi Filho

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