Editora F: 15 3259 4543 | Elmec F: 15 3259 7014 Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Mais Info - Dengue

Dengue

Brasil pode alcançar 5 milhões de casos em 2024, alerta Ministério da Saúde

 

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, o número de casos de dengue (doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti) no Brasil pode atingir a marca de 5 milhões, em 2024, com média prevista de 3 milhões. As projeções, baseadas em análises em conjunto com o InfoDengue, da Fiocruz, variam entre 1,7 milhão e 5 milhões, de acordo com a Enfermeira e Epidemiologista Ethel Leonor Noia Maciel, secretária da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde.

O aumento previsto é atribuído a uma combinação de fatores, incluindo condições climáticas favoráveis, como calor e chuvas intensas, e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus, no país. Atualmente, os quatro sorotipos da dengue (1, 2, 3 e 4) circulam no Brasil, uma situação considerada incomum pela secretária Maciel.

O Centro-Oeste é apontado como uma região que pode enfrentar um cenário epidêmico, enquanto no Sudeste, especialmente em Minas Gerais e Espírito Santo, também há risco de epidemia. No Sul, o Paraná é o estado com maior probabilidade de enfrentar uma situação epidêmica. Já no Nordeste, embora haja aumento de casos, a expectativa é de que não atinja níveis epidêmicos.

Em 2023, o Brasil registrou o maior número de mortes por dengue, em um ano. Segundo o Ministério da Saúde, foram confirmados 1.079 óbitos até o dia 27 de dezembro, com outros 211 em investigação. Em relação aos casos, houve 1.641.278 diagnósticos prováveis, dos quais 52.160 resultaram em hospitalização. Esse número representa um aumento de 17,8% em comparação com o ano anterior, mas ainda está abaixo do recorde de 2015, quando o país registrou 1.688.688 casos.

Um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado no final de 2023, apontou o Brasil como líder mundial em casos de dengue, com 2,9 milhões dos 5 milhões registrados, naquele ano.

A dengue é uma doença cíclica, com picos de incidência a cada três anos. No entanto, nas últimas décadas, os casos graves têm se tornado mais frequentes. A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, alerta que cerca de 74% das larvas do mosquito transmissor são encontradas próximas às residências e em seus arredores. Portanto, medidas preventivas, como eliminação de criadouros e uso de repelentes, são fundamentais para evitar a propagação da doença.

Tatuí destaca preocupação com a Dengue em 2024: No dia 18 de janeiro de 2024, a Prefeitura de Tatuí, por meio do Setor de Combate à Dengue da Secretaria da Saúde, em parceria com a Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde, promoveu a 1ª Sala de Situação da Dengue de 2024, na sala de reuniões do Paço Municipal. O encontro teve como objetivo apresentar os dados de casos de Dengue referentes aos últimos dias de 2023 e aos primeiros 17 dias de 2024, em Tatuí, visando ampliar o conhecimento sobre a situação da doença no município e planejar novas ações efetivas de combate ao mosquito Aedes Aegypti.

Principais dados e atividades: No período de 21 de dezembro de 2023 a 17 de janeiro de 2024, foram registrados 3 novos casos (importados) de Dengue, contraídos fora do município.

Segundo Juliana Aparecida de Camargo da Costa, Coordenadora do Setor de Combate à Dengue, as atividades de combate ao mosquito incluíram 9.630 visitas a imóveis, 522 controles de criadouros, 91 nebulizações portáteis, 41 vistorias em imóveis especiais (escolas, clubes etc.), 18 ações sanadas, e Avaliação de Densidade Larvária (ADL) realizada em 1.236 imóveis, resultando num índice de 0,73% (Índice de Breteau), considerado satisfatório pelo Ministério da Saúde.

Também foi iniciada a visita aos imóveis da Zona Rural em 17/1, e notificada uma piscina suja no Residencial Astória, cujo problema foi resolvido em 17/1, em colaboração com o Departamento de Fiscalização da Prefeitura.

Houve intensificação de visitas aos imóveis do Parque San Raphael em 12/1, e do Jardim Lucila em 13/1.

Apelo à colaboração da população: Além do trabalho realizado pelo Setor de Combate à Dengue, a Prefeitura pede a colaboração da população quanto à limpeza e à manutenção de terrenos e residências, que devem ser constantes; o descarte correto de entulhos e demais materiais devem ser feito nos diversos Ecopontos (acesse a lista completa, com dias, horários e locais de funcionamento através do site: www2.tatui.sp.gov.br/servicos/ecopontos/). A população também pode denunciar os terrenos sujos e abandonados da cidade, ou as casas recém-construídas, sem moradores e com piscinas, para a Ouvidoria Municipal através do link: tatui.sp.gov.br/ouvidoria ou pelos telefones: 0800-770-0665 e (15) 3251-3576; ou ainda, pelo telefone da Secretaria da Saúde (15) 3305-8855.

Observação: É muito importante o uso diário de repelentes e a orientação para que pessoas com sintomas das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti busquem imediatamente uma Unidade de Saúde.

Alerta para possível epidemia: O Ofício GC/CCD nº 026/2023, apresentado pela representante da Coordenadoria de Controle de Doenças, Sandra Cardoso Sanches, alerta para o risco de epidemia de arboviroses urbanas nos primeiros meses de 2024, devido ao aumento de casos das arboviroses urbanas (Dengue, Chikungunya e Zika) no Estado de São Paulo, à detecção do sorotipo DENV3 na região Noroeste do Estado, entre outros fatores.

Ofício GC/CCD nº 026/2023, está assinado pela diretora técnica de Saúde III do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, Tatiana Lang D’Agostini, e pela coordenadora de Saúde da Coordenadoria de Controle de Doenças, Regiane A. Cardoso de Paula.

Vacina contra Dengue: O Brasil tornou-se pioneiro na disponibilidade de vacinas contra a dengue, pelo Sistema Público de Saúde (SUS), com a disponibilização da Qdenga, produzida pelo laboratório japonês Takeda. Inicialmente, os imunizantes serão direcionados a regiões com maior incidência e transmissão do vírus, contemplando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. A estratégia de vacinação foi anunciada, em coletiva de imprensa, pelo Ministério da Saúde em 25 de janeiro.

A avaliação da Qdenga pela Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias (Conitec) no SUS, considerou municípios de grande porte com alto índice de transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou superior a 100 mil habitantes, levando em conta também altas taxas de contaminação recente. O público-alvo em 2024 serão crianças e adolescentes, a faixa etária com maior número de hospitalizações por dengue. O esquema vacinal consiste em duas doses com intervalo de três meses.

Composição e aprovação: A Qdenga é um imunizante tetravalente, produzido a partir do vírus vivo atenuado, que estimula a resposta do sistema imunológico, semelhante à defesa natural do organismo contra a dengue. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro da vacina em março de 2023, após estudos com mais de 28 mil pessoas, incluindo crianças e adultos. Os efeitos da vacina continuarão sendo monitorados pela empresa fabricante e acompanhados pelo Ministério da Saúde.

Incorporação no SUS e grupos prioritários: Antes de sua incorporação ao sistema público de saúde, a vacina foi avaliada pela Conitec, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde. Inicialmente, a vacinação será direcionada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, considerando o maior risco de complicações nessa faixa etária e a disponibilidade inicial limitada de doses.

Estudos e eficácia: A pesquisa de desenvolvimento da vacina envolveu mais de 20 mil crianças e adolescentes saudáveis de 4 a 16 anos, residentes em países endêmicos. O esquema vacinal da Qdenga é composto por duas doses, com intervalo de 90 dias entre cada uma. Pessoas que já tiveram dengue devem ser vacinadas para prevenir novas infecções ou, em caso de contágio, apresentar sintomas mais leves. A eficácia da vacina contra os sorotipos DENV-1, DENV-2 e DENV-3 foi comprovada em estudos, enquanto a eficácia contra o DENV-4 ainda precisa ser avaliada, devido à baixa incidência desse sorotipo.

Contraindicações: A vacina é contraindicada para gestantes, lactantes e pessoas com imunodeficiência, seguindo as orientações-padrão para vacinas com vírus vivo. A Dengvaxia, desenvolvida anteriormente pelo laboratório francês Sanofi-Pasteur, também é uma opção, mas seu uso é restrito a quem já teve dengue, não sendo incorporada ao SUS devido a essa limitação.

Fonte: Sociedade Brasileira de Imunizações - SBim; Ministério da Saúde; Organização Mundial da Saúde (OMS); Fiocruz; Prefeitura de Tatuí, Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde

 

Facebook: Revista Hadar | Instagram: Revista Hadar

Imprimir Email