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Alerta - Ervas

Saúde vem da cozinha

O poder das ervas para o bem-estar e a culinária

 

No mês de novembro, iniciamos nossa conversa sobre ervas, porém, acabamos nos concentrando principalmente no louro, uma folha aromática. Hoje, vamos falar sobre as diversas ervas que conhecemos e utilizamos, todas contendo óleos essenciais em suas folhas, responsáveis pelo perfume que tanto apreciamos e que também possuem aplicações medicinais.

Quem nunca pegou uma folha de hortelã, apertou-a entre os dedos e levou-a ao nariz para apreciar seu perfume? As ervas têm essa magia, e muitas delas remetem-nos a pratos específicos apenas pelo aroma. Nossas avós ou mães costumavam dar-nos chás de algumas dessas ervas para acalmar cólicas, e de fato, muitas delas têm esse efeito. Algumas são conhecidas por suas propriedades calmantes, enquanto outras ajudam a acelerar a digestão ou a baixar a febre.

No caso específico da febre, o capim santo, também conhecido como falsa cidreira ou capim limão, é bastante eficaz. No entanto, é importante ressaltar que seu consumo deve ser moderado, tomando-se apenas uma xícara deles e não um balde de chá, já que ele não possui propriedades calmantes. Para esse fim, a erva cidreira ou melissa é mais indicada, pois é da mesma família da hortelã e possui efeito calmante.

A hortelã ou menta remete-nos à culinária árabe, evocando pratos como o kibe, o tabule, a coalhada seca, charutos de folhas de uva e outras delícias dessa gastronomia. Além de seu uso culinário, a hortelã é frequentemente utilizada para aliviar cólicas abdominais e em casos de verminoses.

O manjericão transporta-nos para a Grécia, com seu calor e luz solar característicos. Em cada vila grega, o perfume do manjericão está presente, assim como na Itália, onde é utilizado em pizzas, massas e no famoso pesto. Para preservar seu sabor e aroma, é recomendável preparar pequenas porções de pesto de cada vez, evitando que ele oxide e escureça. O manjericão é uma erva delicada e deve ser adicionado no final do preparo do prato, para não perder seu perfume. Uma dica é misturá-lo com manteiga, alho e raspas de laranja e colocar debaixo da pele do frango antes de assá-lo, dando um sabor especial à carne.

O coentro, ah! Essa é uma erva com uma divisão peculiar: ou se ama ou se odeia. Originário do Mediterrâneo e do oeste da Ásia, é amplamente utilizado na cozinha do Nordeste do Brasil, especialmente no preparo de peixes e pratos típicos da região. Em outras partes do Brasil, como no Sul, seu uso é mais moderado, sendo algumas vezes utilizado em forma de grãos, que proporcionam um sabor menos intenso. Em países como México, Chile, Peru e Bolívia, o coentro é utilizado em diversos pratos, enquanto os portugueses seguem utilizando-o há 4 séculos, especialmente com batatas, favas e mariscos.

O alecrim é uma planta não apenas bonita, mas também versátil. Suas flores azuladas são encantadoras, e na Espanha, as abelhas conseguem produzir um mel delicioso a partir do alecrim, muito utilizado para aliviar os sintomas da menopausa. O alecrim combina muito bem com carnes vermelhas e de caça, proporcionando um aroma e sabor únicos.

O orégano é uma erva que combina perfeitamente com ovos e queijos, perfumando a cozinha quando adicionado a uma omelete. Além disso, é ótimo para usar em bolinhos de couve-flor e, é claro, em pizzas, especialmente quando não temos manjericão disponível.

A sálvia é outra erva aromática com uma história interessante. Suas folhas verde-claras e meio prateadas levam-nos a Espanha, onde se costumava preparar um coelho com sálvia, cozido em água condimentada com sal, alho e sálvia. Essa carne magra e saborosa era então servida com azeite de oliva de qualidade, um verdadeiro deleite para o paladar.

Praticamente, todas as ervas podem ser usadas para aromatizar azeites ou vinagres. Basta colocar um ramo dentro e deixar descansar por cerca de um mês. No entanto, é importante ter cuidado ao utilizar as ervas, pois uma vez adicionadas, não é possível removê-las, e seu sabor é bastante intenso, podendo alterar o sabor dos pratos. O ideal é ir adicionando-as aos poucos e sempre provando, para ajustar a quantidade de acordo com o seu gosto.

Por fim, é importante lembrar que as ervas são ingredientes delicados e devem ser manuseadas com cuidado e conhecimento. Aproveitemos as diversas possibilidades que elas nos oferecem na culinária e na saúde, e fiquemos atentos para explorar outras ervas, em nossas próximas conversas.

Ana Regina Elmec

Médica Ginecologista – CRM/SP 33041 e Fitoterapeuta

 

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