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Saúde - COVID

Baixa procura por vacina entre crianças e adolescentes preocupa

Segundo a Fundação Osvaldo Cruz, menos de 13% do público-alvo na faixa de 5 a 11 anos tomou as três doses da vacina; entre crianças de três a quatro anos, apenas 7% completou o esquema vacinal

 

A baixa cobertura vacinal contra a COVID-19 entre crianças e adolescentes preocupa as Autoridades de Saúde. Segundo o Boletim Observa Infância, da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), a análise das mortes por COVID-19 entre crianças e adolescentes no país aponta que “as baixas taxas de cobertura vacinal nessa faixa etária estão associadas à continuidade da mortalidade por essa doença, nessas faixas etárias”.

Segundo o boletim, “os dados mais recentes do Ministério da Saúde sobre a Cobertura Vacinal contra a COVID-19 demonstram que cobertura vacinal em crianças de 3 a 4 anos está em 23% para duas doses e apenas 7% para o esquema vacinal completo com três doses até fevereiro de 2024. Na faixa de 5 a 11 anos, a situação é um pouco melhor, com 55,9% tendo recebido duas doses e 12,8% completando o esquema com três doses’. Os dados foram divulgados no último mês de março.

“Considerando as mortes por COVID-19, o Observa-Infância analisou os dados do SIVEP-Gripe/Fiocruz das oito primeiras semanas epidemiológicas de cada ano, entre 2021 e 2024. Nas oito primeiras semanas epidemiológicas ano de 2021 (que corresponde aproximadamente ao final de fevereiro), foram registradas 118 mortes por COVID-19 entre crianças e adolescentes até 14 anos. No mesmo período do ano de 2022, registrou-se um total de 326 mortes devido ao Coronavírus nesta faixa etária, as quais representaram 47,1% do total de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)”, afirma a Fiocruz.

O boletim destaca ainda que “apesar de no ano de 2023 estarem disponíveis vacinas contra a COVID-19 voltadas para crianças a partir dos seis meses de idade, no Brasil, ainda assim ocorreram 50 óbitos pela doença nas oito primeiras semanas do ano. Contudo, essa foi uma queda importante no número de mortes por COVID-19 nessa faixa etária, comparado ao mesmo período dos anos anteriores, indicando a eficácia da vacinação. A proporção dessas mortes, em relação ao total de óbitos por SRAG nesse ano e período foi de 24,5%”. Ou seja, houve uma redução de 22,6% nos óbitos.

Comparando o mesmo período do ano de 2024, foram observados com um total de 48 mortes por COVID-19 entre crianças e adolescentes com menos de 14 anos, representando 32,4% das mortes por SRAG. A cobertura vacinal para essa faixa etária é de 11,4%, e o percentual de adultos com as quatro doses da vacina é de 14,9%.

“Enfim, esses dados ressaltam a importância crítica da ampliação da cobertura vacinal não somente para crianças e adolescentes, mas para toda a população. As baixas coberturas vacinais, nesta população, podem estar diretamente relacionadas à persistência de mortes por COVID-19. Apesar da diminuição observada entre 2022 e 2023, a relativa estabilidade dos números de óbitos em 2024 é preocupante, sublinhando a necessidade urgente de esforços concentrados para aumentar a cobertura vacinal entre crianças e adolescentes, como uma estratégia chave para combater efetivamente a disseminação do coronavírus e proteger os mais jovens das formas graves da doença”, afirma a Fiocruz em seu boletim.

Situação preocupante

Cristiano Boccolini, coordenador do Observa Infância, afirma que “em relação às baixas coberturas vacinais contra a COVID-19, temos uma situação muito preocupante. As coberturas seguem baixas, ainda decorrentes das falsas notícias sobre efeitos colaterais da vacina contra a COVID nas crianças. Hoje, após milhões de crianças vacinadas, em todo o mundo, os efeitos colaterais graves praticamente inexistem. Associado a isso, existe uma falsa percepção de que a COVID-19 não atinge as crianças de forma grave. Ainda morrem mais crianças de COVID que de meningite, dengue ou de uma série de outras doenças” alerta Boccolini.

 

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